Papa Francisco abençoa o repórter palestino Imad
Freij
durante o voo entre Roma e Amã, 24.5.2014. Via
O papa Francisco iniciou este sábado uma visita de três
dias à Terra Santa, tendo sublinhado na homilia da primeira missa a
que presidiu, na Jordânia, que «a diversidade de pessoas e de
pensamento não deve provocar rejeição e obstáculos, porque a variedade é
sempre enriquecimento».
A intervenção centrou-se no apelo à paz mediante a
invocação do Espírito Santo, dado que a celebração, no estádio de Amã,
capital jordaniana, se realizou «não longe do local onde o Espírito Santo
desceu com poder sobre Jesus de Nazaré, depois que João o batizou no
rio Jordão», disse Francisco, citado pela Rádio Vaticano.
«A Ele [Espírito Santo] pedimos para preparar os
nossos corações para o encontro com os irmãos para além das diferenças
de ideias, língua, cultura, religião; para ungir todo o nosso ser com o
óleo da sua misericórdia que cura as feridas dos erros, das
incompreensões, das controvérsia», pediu.
Francisco frisou que a paz «não se pode comprar,
não se vende», sendo antes «um dom a procurar pacientemente e a
construir artesanalmente mediante pequenos e grandes gestos» que
envolvem a «vida quotidiana».
«O caminho da paz consolida-se se reconhecemos que
todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do género humano; se não
esquecemos que temos um único Pai no céu e que somos todos seus filhos,
feitos à sua imagem e semelhança», afirmou.
Ao chegar a Amã, o papa encontrou-se com o rei
Abdullah, tendo elogiado o «generoso acolhimento» do país a uma grande
quantidade de refugiados palestinos, iraquianos e provenientes de
outras regiões de crise, em particular da vizinha Síria, envolvida num
conflito que dura há demasiado tempo».
Torna-se «urgente uma solução pacífica para a
crise síria, bem como uma solução justa para o conflito
israelo-palestino», acentuou, pedindo a Deus para que proteja do «medo
da mudança».
Na primeira intervenção na Jordânia, Francisco renovou o
«profundo respeito» e «estima» pela comunidade muçulmana, e realçou o
papel do monarca na promoção de «uma mais adequada compreensão das
virtudes proclamadas pelo Islão e a serena convivência entre os fiéis
das diversas religiões», tendo agradecido a Abdullah o facto de ser
«artífice de paz».
A Jordânia foi também louvada «por ter encorajado
várias iniciativas importantes a favor do diálogo inter-religioso para
a promoção da compreensão entre judeus, cristãos e muçulmanos, entre
as quais a "Mensagem Inter-religiosa de Amã"», bem como por ter
patrocinado, no âmbito da ONU, a celebração anual da "Semana de
Harmonia entre as Religiões".
Dirigindo «uma saudação plena de afeto à comunidade
cristã», presente na região «desde a era apostólica», Francisco
recordou a sua contribuição «para o bem comum da sociedade».
«Apesar se serem hoje numericamente
minoritários», os cristãos trabalham no apoio aos refugiados, através
da Cáritas Jordânia, além de dirigirem escolas e hospitais, «podendo
professar com tranquilidade a sua fé, no respeito da liberdade
religiosa, que é um direito humano fundamental».
A terminar, o papa expressou os votos de «paz» e
«prosperidade» para a Jordânia, com o desejo que a visita «contribua
para incrementar e promover boas e cordiais relações entre cristãos e
muçulmanos».
O programa do primeiro dia da viagem de Francisco
à Terra Santa completa-se com a visita ao local do Batismo de Jesus
(Betânia além do Jordão) e, às 17h15 (hora de Lisboa), o encontro com
refugiados e jovens com deficiência, na igreja latina de Betânia.
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