quarta-feira, 28 de maio de 2014

Obrigada, Senhor!

 
Nossa amiga e parceira Majú Giorgi, do Mães pela Igualdade e colunista do iG, fez um balanço e uma reflexão sobre sua relação com o catolicismo e os rumos recentes que a Igreja vem tomando. Destacamos alguns trechos abaixo, com links para os fatos e pessoas citados por ela  - e você pode ler o texto na íntegra aqui.
(...) Eu não sou mais católica, porque quando eu mais precisei eu não pude contar com a minha Igreja, muito pelo contrário. Foi o primeiro lugar que procurei e inócuo foi. Queriam enfiar meu filho de volta pra dentro do armário. (...)

Hoje eu sei separar bem religião e religiosidade. Apesar disso, continuei devota de minha Nossa Senhora a quem peço todos os dias que cubra meus filhos com seu manto sagrado! Nos últimos anos tenho tido a grata surpresa de me deparar com vozes que lentamente se levantam na defesa dos LGBT dentro das Igrejas. São padres, rabinos e pastores que gradualmente se colocam a serviço do enfrentamento a homofobia e suas matizes tão injustas. Poderia citar aqui Padre Beto, Rabino Nilton Bonder, Pastor Ricardo Gondim, Pastor Marcio Retamero e tantos outros. Seria eu uma intolerante se fosse buscar nas fogueiras da inquisição motivos para odiar a ICAR [Igreja Católica Apostólica Romana] sendo eu, hoje, testemunha da tentativa de mudança.

Na visita do Papa Francisco, pudemos ver a Diversidade Católica na JMJ. Logo depois vieram as declarações do Papa. Logo depois vieram as novas diretrizes da CNBB e que trazia em uma de suas pautas, pauta aliás que me arrancou lágrimas, o acolhimento a casais homoafetivos e que os filhos destes fossem mais que acolhidos, fossem batizados. Em seguida, vimos o apoio do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil) do qual faz parte a ICAR, com assinatura em carta aberta ao PLC122 que pedia a equiparação da homofobia ao racismo.

Neste meio tempo, vimos Padres do mundo todo se posicionando contra as injustiças e a opressão sistemática ao povo LGBT. A felicidade de nossos meninos , meninas e famílias sexodiversas que têm no sagrado seu ponto de equilíbrio foi tão grande, tão imensa, que cartazes homenageando esses religiosos inundaram as redes sociais [veja alguns aqui].

Mas o ápice aconteceu as vésperas da Parada LGBT , quando a Arquidiocese de São Paulo emitiu [a nota que você pode ler aqui, em apoio à comunidade LGBT e condenando a violência homofóbica] (...)

A semana passada, a consagrada revista Vida Pastoral foi toda dedicada a sexualidade homoafetiva e pela primeira vez na sua história, trouxe um artigo de uma pessoa que não é padre, nossa querida Edith Modesto, e outro daquele que sempre traz em suas palavras um bálsamo para nossas almas sofridas, nosso amado Padre Luís Corrêa Lima [aqui]. Neste dia recebi uma mensagem de um menino…Emmanuel, que beirava a loucura de tanta felicidade e desejo de outra vez abraçar sua fé.

Por último, tivemos a declaração do Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, que diz que uniões entre pessoas do mesmo sexo precisam de amparo legal [aqui].

Dito isso, eu espero que as pessoas entendam que sim, estão havendo reais mudanças na Igreja Católica. Hoje o Papa Francisco soma sua voz à de outros dois grandes líderes religiosos mundiais, Desmond Tutu e Dalai Lama pelo fim da perseguição ao povo LGBT.

Lembrem-se sempre, que os países com esmagadora maioria católica são os que mais somam avanços na causa LGBT, Espanha, Portugal, Argentina e Uruguai.

Sigo com minha fé…porque…CONTRA O AMOR NÃO HÁ LEI ! GÁLATAS 5:23 (...)


À Majú, todo o nosso carinho e gratidão pelos laços de afeto que nos unem e pelos caminhos compartilhados. Sigamos juntos!


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