domingo, 18 de maio de 2014

As mãos que o papa beija


Nosso amigo Teleny mais uma vez se supera com este comentário lúcido e ponderado a respeito das repercussões do encontro, no último 6 de maio, do Papa Francisco com o padre salesiano italiano Michele De Paolis, um dos fundadores da Comunidade Emmaus (1978) e, segundo algumas fontes, cofundador do grupo italiano AGEDO (associação de amigos, parentes e pais de pessoas homossexuais e transexuais, fundada em 1992 na cidade de Milão).

Ainda marcando o Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, celebrado ontem, vamos reproduzir aqui apenas alguns trechos do Pe. De Paolis, citados por Teleny em seu post, mas vale muito a pena ler seu comentário na íntegra, aqui. Com a palavra, o Pe. De Paolis:
"Aqueles que desejam transformá-los em 'heterossexuais', por assim dizer, estarão forçando-os a agir contra a sua natureza e tornando-os psicopatas infelizes. Precisamos colocar em nossas cabeças que Deus, nosso Pai, quer que nós, suas crianças, sejamos felizes e frutifiquemos com os dons que Ele colocou em nossa natureza! (...) Vocês têm o direito de procurar um parceiro. E não se preocupem: onde existe o ágape, existe Deus. Vivam a sua vida com alegria. E com a nossa mãe Igreja precisamos ter paciência. A atitude da Igreja com os homossexuais mudará. Neste sentido, inúmeras iniciativas já foram empenhadas."

"Estou espantado com o fato de que muitos homens da Igreja (...) ignoram completamente o fenômeno da homossexualidade, que a ciência já esclareceu de modo inequívoco: a orientação homossexual não é escolhida livremente pela pessoa. O rapaz e a moça se descobrem dessa maneira: trata-se de uma abordagem profundamente enraizada na personalidade, que constitui um aspecto essencial da própria identidade: não é uma doença, não é uma perversão. O rapaz ou a moça homossexual podem dizer a Deus: 'Você nos fez assim!'.

Algumas pessoas de Igreja dizem: 'Tudo bem ser homossexual, mas não deve ter relações sexuais, não podem amar uns aos outros!' Isso é a máxima hipocrisia. É como dizer a uma planta que cresce: 'Você não deve florescer, não deve dar frutos!'. Isso sim é contra a natureza.

Confesso a vocês que no começo eu também tinha meus preconceitos. Então, estudei e consegui. Sucessivamente tentei entrar na lógica do Evangelho; eu queria olhar para as coisas da parte de Deus. Entendo que o Pai não exclui do seu amor nenhum de seus filhos e não julga a pessoa com base em seus impulsos sexuais, que são atribuições da natureza e não de uma escolha voluntária."



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