terça-feira, 8 de outubro de 2013

A sociedade como um todo é vítima da homofobia


O tocante documentário Valentine Road em exibição no Festival do Rio mostra com uma contundência brutal que a homofobia mata de forma violenta crianças, mas não só isso, ela corroi a sociedade como um todo.

Larry King, de 14 anos, foi assassinado por um colega de 14 anos para quem se declarou no Dia dos Namorados, dentro da sala de aula em frente dos seus colegas.

O filme mostra não só a história trágica de Larry, um verdadeiro heroi e mártir, mas procura também entender porque um menino de 14 anos faria isso com outro. 

Todos os envolvidos são entrevistados e as questões vão aparecendo: o ódio religioso, étnico, o despreparo da escola, e o lamentável fundamentalismo religioso que serve como fundamento para ataques homofóbicos de pessoas que acreditam que estão certas e que são até mesmo bem intencionadas. 

Nada pode justificar o que aconteceu com Larry, mas pelo menos sua história está registrada em um filme diante do qual é impossível não se emocionar e refletir sobre os fatos.

Infelizmente, Larry não é a única vítima de crimes homofóbicos e transfóbicos, a maioria não aparece, desparece qualquer registro e mesmo aqueles que são notificados não recebem no Brasil a atenção que receberam casos semelhantes nos EUA, como os de Mathew Shepard, Brandon Teena, Bobby Griffith e outros.

Onde estão os filmes, as peças, as entidades em memória das vítimas brasileiras? Tanto aqui quanto lá, ocorre a violência, a impunidade, lá menos do que aqui, a indiferença e ambiguidade da sociedade em relação aos casos e a tentativa de transformar as vítimas em algozes, mas no Brasil, a situação é ainda mais triste porque nossos mártires são esquecidos, nem mesmo sua história fica para servir de alerta para que outros crimes não se repitam, alerta para a vulnerabilidade da população LGBT em especial dos mais jovens. 

Preservar essa memória é uma tarefa de todas as pessoas de bem e em especial de pessoas que acreditam em um Deus de amor, no amor de Cristo, não podemos permitir que casos como esse continuem se repetindo em silêncio.



O caso de Larry King guarda semelhanças com o de Alexandre Ivo que foi encontrado morto ao lado de um valão na rua Leopoldo Marins, no bairro Califórnia, em São Gonçalo no dia 21 de junho de 2010. De acordo com as investigações, ele saía de um churrasco na casa de uma amiga, quando foi sequestrado, torturado e estrangulado até a morte por um grupo de skinheads, que prega a ideologia neonazista de intolerância. 



Vídeo em memória de vítimas da homofobia no Rio Grande do Norte.

Valentine Road será exibido no dia 10 às 21:50 no Estação Vivo Gávea 1. 

Resenha: Hugo F Nogueira

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