quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Quando secar o rio da minha infância



Quando secar o rio de minha infância,
secará toda dor.
Quando os regatos límpidos de meu ser secarem, minh’alma perderá sua força.
Buscarei, então, pastagens distantes
Irei onde o ódio não tem teto para repousar.
Ali, erguerei uma tenda junto aos bosques.
Todas as tardes me deitarei na relva,
e nos dias silenciosos farei minha oração:
Meu eterno canto de amor: expressão pura de minha mais profunda angústia
Nos dias primaveris, colherei flores para
meu jardim da saudade.
Assim, exterminarei a lembrança de um passado sombrio.
Tito de Alencar
Paris, 12 de outubro de 1973
ImagemExposição: Cai Guo-Qiang: Da Vincis do Povo
Visitação: 7 de agosto a 23 de setembro de 2013 - Entrada gratuita. Centro Cultural Correios – terça-feira a domingo, das 12h às 19h. Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro - Rio de Janeiro

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