quarta-feira, 19 de junho de 2013

As paradas gays são os maiores protestos contra a violência!



Independente de a aprovação do projeto de "cura gay" ser uma estratégia divisionista, não podemos aceitar de forma alguma que um discurso homofóbico se dissemine dentro do movimento do passe livre. É responsabilidade da população LGBT presente nos protestos não deixar que isso aconteça. A causa dos direitos humanos LGBT historicamente foi vista como uma causa menor, que não devia ser priorizada em nome de projetos que contemplassem a "sociedade como um todo". O resultado disso é que nossos protestos não encontraram o mesmo engajamento e repercussão: a rejeição do kit anti-homofobia, praticamente esquecida, contra a posse do Marcos Feliciano que continou e agora conseguiu aprovar o seu primeiro projeto, o nefasto projeto de "cura gay". A demissão do responsável pelas campanhas de prevenção contra Aids do Ministério da Saúde que coordenou as melhores campanhas que tivemos, nem chegou a gerar um repúdio! Onde estava toda essa população que está nas ruas e esse respaldo da sociedade? Chega de desmobilização e isolamento! Stonewall que deu início ao movimento LGBT foi uma REVOLTA contra os desmandos e violência da polícia! A primeira parada gay foi para não deixar que isso fosse esquecido. Muitos jovens gays que estão na rua nunca foram às paradas gays porque nunca reconheceram nelas um protesto contra a violência homofóbica. Não é verdade que os atuais protestos do passe livre são os maiores protestos de reivindicação por direitos em 21 anos, as paradas gays é que são! Aproveitemos para conscientizar os jovens gays ou não que estão participando dor protestos que a nossa luta é válida sim! Depois do movimento das mulheres, dos negros, o maior movimento de luta por direitos humanos é o da população LGBT! Coloquemos nossas questões em pauta e cobremos a lei anti-homofobia, a lei que regulamenta o casamento gay, o kit anti-homofobia, campanhas de prevenção que contemplem nossa população como vinha sendo feito, não podemos permitir esse retrocesso justamente no momento em que os homens que fazem sexo com homens voltaram a ser o grupo mais afetado pela Aids. Não aceitemos mais que nossa voz seja silenciada. O silêncio contra a homofobia mata. Toda a população, principalmente os jovens engajados nas lutas contra as desigualdades do nosso país não podem agir com insensibilidade em relação às questões da população LGBT e pior ainda afirmar um discurso homofóbico como se isso também não fosse uma chaga do nosso país campeão de crimes homofóbicos!

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