domingo, 1 de janeiro de 2012

Encontrando-nos na história do Natal

 

(...) Há aquela força invisível, mas a mais poderosa de todas, o amor: o amor de José e Maria um pelo outro e por seu bebê. Há a esperança que os mantém caminhando através das dificuldades e alegrias da vida familiar, do trabalho, da sociedade; virtudes, paixões e compromissos tão reais e concretos quanto tudo o que pertence à esfera que César pode ver e comandar. E há os "anjos que ouvimos nas alturas, cantando docemente sobre as planícies" - uma ecologia ao mesmo tempo física e espiritual, que se estende para muito além da política e do comércio e que também é trazida na noite de Natal pelo Menino Jesus. Portanto, mais uma vez, nada deixemos de Lhe ofertar, visível ou invisível, nossas aspirações ou receios, as trevas em que caminhamos e as grandes luzes que avistamos.

Esta noite, trazemos tudo para Lhe oferecer. Ele convida para vir ao Seu encontro todos os seres humanos e tudo o que existe. Tudo o que nos diz respeito interessa a Ele. Deus abraça nossa condição humana e tudo o que nos diz respeito, e a tudo isso agarra com Suas mãozinhas de bebê. Ele abraça a todos e cada um de nós com os braços abertos de um Menino que os estende para Sua mãe, os mesmos do homem pendente da cruz.

Dentro de alguns instantes, vamos nos ajoelhar às palavras "e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem" - pois, nesta noite, nós O adoramos como Aquele que ligou os céus e a terra. No entanto, há uma outra razão para nos ajoelharmos, como os reis que Lhe trouxeram presentes: ajoelhamo-nos para Lhe dar tudo o que é nosso, de modo que a terra se una aos céus.

"Toma tudo o que eu sou, Senhor, minhas esperanças e sonhos e modestas orações, minha grandeza angélica e minha humildade pastoril, meus amigos e parentes, meu trabalho e meu lazer, minhas esperanças e temores. Apresento-me, com todas as minhas preocupações, à Tua manjedoura. A tudo deponho em Teu berço, para que também eu possa receber a Tua misericórdia; para que eu possa ouvir a promessa dos Teus anjos de paz na terra e boa vontade para todos; e para que eu me aproxime de Ti para dar glória a Deus no mais alto dos céus."

- Do sermão de Natal do bispo australiano Anthony Fisher OP
Reproduzido via Religion and Ethics, com tradução nossa.

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