terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eis que chegará o Salvador

"Adoração dos Pastores", Honthorst, 1622

O último domingo do tempo do Advento nos convida a relembrar os acontecimentos de Nazaré, quando o anjo Gabriel vem anunciar a Maria que ela conceberá o Salvador. No ventre daquela jovem virgem, o milagre da vida vai acontecer e, meses depois, já em Belém, o próprio Deus virá fazer morada junto à humanidade toda.

Durante a visita do anjo, Maria irá se sentir confusa sobre o mistério daquela encarnação, já que era virgem. Depois, seu noivo José também se perturbará já que não a havia desposado plenamente. Mas ambos irão buscar a vontade de Seu Deus e, aos poucos, irão compreender que eram portadores de um grande mistério e participarão ativamente deste.

Maria e José trazem consigo uma grande notícia: com eles chegará o Salvador! E irão mostrar a todos que a salvação não acontece com grandiosidade ou alarde, mas na simplicidade de uma gruta em uma cidade distante, sob o testemunho apenas de animais e pobres pastores. E esse milagre se repetirá infinitamente, demonstrando que é assim que Deus quer dar a salvação a seus filhos: com simplicidade, com a ternura de um pai que presenteia um filho, com o sentido especial daqueles momentos únicos feitos apenas da troca de olhares ou de sorrisos.

Jesus não se veste de brilho para salvar a humanidade; veste-se de faixas que podem cobrir o pequeno corpo do Menino. Jesus não se senta em um trono para mostrar seu poder; deita-se em uma manjedoura, coberta de palha. Jesus não conta com a reverência de autoridades para apresentar-se como salvador; aceita a humilde visita de pastores de ovelhas sujos e mal-dormidos que correm para conhecer o que lhes é anunciado.

E é assim que Jesus quer continuar a estender sua salvação a cada um de nós: na simplicidade dos corações que conseguem enxergar os mistérios daquela Noite Santa; na abertura de sentimentos que provoca o despojamento de todo egoísmo para reconhecer o Salvador em cada um daqueles que passam por nossas vidas; na alegria própria daqueles que se sabem desde já salvos pelo amor do Criador por suas criaturas, mas que, ainda assim, sabem que é preciso trabalhar com Deus para a implantação de seu reino de amor já neste terra e, assim, viver a plenitude dos tempos.

Para sua reflexão: Lc 1, 26-38

- Gilda Carvalho
Reproduzido via Amai-vos, com grifos nossos

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