quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A cada um o seu talento


Jesus contava aos seus discípulos histórias através das quais ia explicando os valores do Reino e mostrando o amor de Deus para com seus filhos. Esse recurso pedagógico que utilizava é bastante atual e nos ajuda na compreensão do mistério de Deus e no entendimento moral das atitudes próprias do cristão.

A Parábola dos Talentos (Lc 19, 11-27) nos ajuda a refletir sobre o que estamos fazendo com os dons que o Senhor nos dá. Como utilizamos cada dom pessoal para responder aos chamados que Deus nos faz? O que estamos fazendo com a nossa vocação, o nosso chamado a ser cristão?

Contou-nos Jesus: um homem nobre saiu para um país distante, onde seria coroado rei, para depois voltar ao seu país. Chamou, então, três servos. A um, deu dez talentos - ou dez moedas. Ao segundo, cinco; e, ao terceiro, um. Passou-se o tempo e, quando retornou, convocou os servos para saber o que haviam feito do dinheiro que havia lhes dado. Aquele que recebeu dez aplicou a quantia e a fez duplicar. O segundo, ainda que tivesse recebido uma quantia menor, também a fez render, embora ainda menos que o primeiro. O terceiro, que havia ganho pouco, com medo da severidade do patrão, enterrou a moeda e a devolveu quando esteve com o rei. Este, irado, entregou a moeda devolvida àquele que havia ganho mais e mandou matar o servo que não havia feito frutificar o pouco que lhe tinha sido dado.

O que o Mestre queria nos dizer com essa história?

Assim como o rei, Deus dá a cada um de nós talentos, aquelas capacidades individuais que nos distinguem e nos fazem únicos. A uns dá o dom da falar; a outros, o da escrita; a outros, ainda, o dom do canto, da arte, etc. O que fazemos com esses dons? Esta pergunta é pertinente aqui, apenas se tivermos em conta a perspectiva do Reino, através da qual o dom pessoal só frutifica se utilizado para servir ao outro.

É isso que estamos fazendo? Seremos capazes mostrar ao Senhor tudo o que fizemos frutificar com o que Ele nos deu, ou ficaremos paralisados achando que nos deu pouco e por isso nem o pouco há que ser colocado a serviço do outro?

Na parábola, Jesus utiliza a figura do dinheiro, mas sabemos que o talento a que se refere não é o material, mas sobretudo aquilo que não pode ser medido: tempo, palavras, compreensão, paciência, saúde, sorriso... O que fazemos com tudo isso?

Toda vocação é um chamado. Chamado a colocar a serviço aquilo que nos é dado: pouco ou muito, todos recebemos algo e é esse algo - especial, individual e único – que somos convidados a dar ao outro.


- Gilda Carvalho
Reproduzido via Amai-vos, com grifos nossos

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