terça-feira, 5 de julho de 2011

Entendendo a Homofobia pela sétima arte



Desde o sucesso de o Segredo de Brokeback Mountain, 2005, muitos filmes com a temática homossexual e quase dando um viés a homofobia foram lançados, um ponto que me chamou atenção é a intensidade do sofrimento psiquíco apresentado pelos personagens. Entretanto, se você trocar os personagens principais por Romeu e Julieta, acrescentando outros nomes aos demais, perceberá que muitos se tornariam massantes e básicos, sem o menor atrativo como obra cinematográfica. Então por que esses filmes são produzidos e veiculados? Simples: Quando algo se repete e reverbera, é sinal de que precisa ser mais bem elaborado ( Freud ). E, infelizmente ainda temos indícios sociais graves de que a sexualidade homoerótica não é bem-entndidade. Isso pode ser visto, também para os analistas sociais mais específicos da área.

Em todos os filmes sobre o tema, ficou claro que o sofrimento psiquíco existente não estava na orientação sexual inconsciente, mas sim, nas consequências que o preconceito traz para a vida dessas pessoas. Ou seja, o que “faz mal” aos homossexuais não é sua orientação, e sim, aquele que é preconceituoso. É uma questão social que traz impactos negativos ao psiquismo humano.

O Filme Anothes Gay Movie, 2006 tem algo de diferente e chama a atenção: O humor debochado. Se você gosta de filmes no Estilo American Pie, 1999 vai perceber total semelhança de estilo. Temos o mesmo enredo, porém, em uma versão gay. Acho importante citar este filme, pois ele deixa bem claro como a homofobia traz reflexos ruins no desenvolvimento de jovens que e descobrem homossexuais durante a adolescência.

Singularidade dos homossexuais 

De uma forma inversa, por ser debochado, o filme mostra uma suposta sociedade ( que não é utópica, pois existe fora do Brasil ) onde homos, heteros, bis, tris, trans, pans, jans ou seja qual for a orientação, são aceita como são. Repare que os personagens do filme possuem um desenvolvimento ”normal” e passam pela adolescência tranquilamente, com conflitos comuns a esta fase da vida ( independente de orientação ).
A prova disso é que na Inglaterra, beijos, casamentos gays, personagens lésbicas já fazem parte dos enredos das novelas há mais de 20 anos, sinalizando que já foi algo elaborado “socialmente”.

Já o filme Get Real, 1998 foi produzido e gravado no Reino Unido, em uma cidade de “interior” ainda com resquícios de homofobia. Ele se passa em uma cidade pequena. Nessa mesma época, as ditas “cidades grandes” do Reino Unido já entendiam a homoafetividade de outra maneira.

Porém, se você comparar estes filmes verá que a homofobia, seja dos amigos, familiares e colegas de escola, é quem causa o sofrimento psíquico nos personagens. Mesmo quando se questionam sobre suas orientações, a “culpa” está sempre relacionada as aspirações e projeções que os outros fazem deles.
Outro filmes interessante é O clube do corações partidos ( The broken hearts club, 2006 ) que mostra um grupo de homossexuais adultos, saudáveis desfrutando sua vida normalmente, sem conflito e preconceito. É uma espécie de Sex and the City em versão gay, com todos esteriótipos e piadas comuns.

Em tempo de projeto de lei contra a homofobia muito se tem questionado sobre a homoafetividade, Os que são contra o projeto se embasam em aspectos religiosos para justificar algo que deveria ser laico – o direito. Este projeto não versa sobre imposição da sexualidade homoerótica, como alguns tem divulgado na mídia, mas sim, de liberdade de serem quem são, com respaldos legais para discriminações e agressões muito frequentes.

O preconceito e a Homofobia tornam toda descoberta da sexualidade homoerótica como um caso de Romeu e Julieta, de “amor proibido”, em que a sociedade, transforma os casais homossexuais em vítimas de sofrimentos psiquíco, e o final sempre condiz com o “feliz para sempre” proposto por Shakespeare.
Se você sentir qualquer sentimento negativo nos momento em que as cenas de beijo, ou mais “picantes” aparecerem em sua televisão, isso pode ser um indicativo de que as questões homoeróticas precisam ser melhor elaboradas, e se você pretende atuar em Saúde mental, precisa rever e deixar esses conceitos prevíos fora do seting psicoterápico.

Texto Elaborado por Eduardo J. S Honortado Psicólogo e Psicanalista;
Mateus Sant`Ana, Acadêmico de Direito do Complexo de Ensino Superior Santa Catarina – CESUCS;
Para a Revista Psiqué, edição 40.
Contextualizado e Atualizado por Felipe Resende, Psicanalista e Terapeuta Sexual.

Fonte: Homofobia Basta

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