sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma loucura


Em meio ao caos, sempre há uma voz amiga para apaziguar nosso coração. O amigo Teleny publicou ontem o post a seguir, que tomamos a liberdade de reproduzir aqui:

Hoje quase surtei. Tinha acabado de abrir a página da CNBB para ler a mais recente “voz da Igreja” (na onda da polêmica sobre uniões homoafetivas). Ao mesmo tempo, chegava aos meus ouvidos, o áudio da “propaganda partidária obrigatória”. Alguns minutos mais tarde, ouvi a Presidenta Dilma falando coisas estranhas. Conclusão: não entendi absolutamente nada. Nem do bispo, nem do PSOL, nem da Dilma. Ora, eu não fumei nehuma erva. Mas eles... não sei!

Dom Antônio Augusto Dias Duarte (Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro), em seu texto “A Bíblia e o frei” (aqui, [tentando responder o recente artigo de Frei Betto]), tenta ser eloquente, mas o fio condutor do discurso acaba se emaranhando. Como em outros casos de artigos publicados pela CNBB, consegui pescar dois “peixinhos” (ou duas pérolas) - frases interessantes do autor:

[1] "Ainda há tempo – se alguns freis, alguns ministros de tribunais, alguns políticos, alguns padres e alguns pastores permitirem –, de recuperar plenamente o sentido da Bíblia como o grande código de vida para as culturas, incluindo aqui também a cultura gay, para pensar e direcionar melhor todas as considerações sobre a homossexualidade."

[2] "(...) A Bíblia sempre existirá para que cada pessoa, com suas particularidades e com sua história singular, reconheça-se e valorize-se como criatura de Deus e como filha no Filho Eterno do Pai por obra do Espírito Santo, a fim de que responda à vocação do amor e da comunhão nela inscrita e aceite a própria identidade sexual e a viva na sua especificidade e na sua complementaridade."

Queira me desculpar Dom Antônio Augusto, mas o resto do texto é, para mim, uma confusão e tanto. Quem quiser, leia na fonte, sob a sua própria responsabilidade. O meu conselho é de desligar a TV e tentar se concentrar. O que aconteceu comigo foi ouvir duas vezes, no meio daquela leitura desafiadora, as exclamações de partidários do PSOL que pretendem defender “homens, mulheres e homossexuais”. Eu devo não ter escutado direito. Será possível?

Pensando bem, é mesma lógica que o bispo usa em seu artigo e que, para contestar o fenômeno da homossexualidade, cita a Bíblia: “Deus disse: façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança (...). Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus os criou. Homem e mulher Ele os criou” (Gen 1, 25-27). Vale notar que essa é a principal argumentação dos religiosos, opositores da união afetiva de pessoas do mesmo sexo: Deus criou o macho e a fêmea (como gritavam os outdoors de Silas Malafaia, espalhados pela cidade). Isso significa que, na opinião deles, a pessoa homossexual não é homem nem mulher. Deve ser então um monstro! Ou bicho!

Aí vem, depois, a Presidenta e diz que “não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais”. Por estar tentando, naquele momento, decifrar o propósito do texto de Dom Antônio Augusto, tive a impressão de que a Dilma havia se inspirado em uma das teorias do prelado: Em primeiro lugar, é politicamente inexato dizer que as pessoas nascem assim, pré-determinadas a uma biologia ou sujeitas necessariamente a uma definição cultural sobre a sua raça ou sobre o seu sexo. Quem diria que persiste ainda a ideia de que a identidade sexual seja uma opção, quer dizer, uma escolha. Putz! Se eu soubesse...

Corrija-me quem quiser!
Localize na web aquela propaganda do PSOL, porque eu posso não ter entendido direito.
Leia o artigo do bispo, porque eu fiquei perdido.
Tente interpretar as palavras da Presidenta, porque... sei lá!

Eu desisto...
Alguém tem um pouco de erva para compartilhar comigo?

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